A festa do cinema brasileiro, fora do Brasil

Você sabe o que é o Festin e qual o objetivo deste?

Ou melhor, você sabia que o Brasil está despontando em produções cinematográficas anualmente e consagrando nomes de artistas brasileiros também fora do Brasil?

Com o objetivo de criar vínculos e apreciar a cultura de países da mesma língua, o Festival de Cinema Itinerante de Língua Portuguesa (Festin) valoriza, divulga e apóia iniciativas dos cineastas e das artes fílmicas.

Na 4ª edição, realizada em abril deste ano, em Lisboa (Portugal), o Brasil teve destaque, trazendo para a terra tupiniquim seis prêmios e duas menções. Algo bem representativo, o que mostra a grande potência dos filmes brasileiros.

O primeiro longa metragem de ficção do francês Bernard Attal, radicado no Brasil, "A coleção invisível" venceu a competição na sua categoria, pelo júri do evento. E para o público, o melhor longa metragem foi "Colegas", de Marcelo Galvão, o qual ainda foi mencionado de forma honrosa pelo júri. Já na categoria curtas metragens os jurados escolheram "Cowboy", de Tarcísio Lara Puiati e o prêmio concedido pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) foi para o longa metragem da dupla Coraci Ruiz e Júlio Matos, com a produção "Cartas para Angola".

E a honraria conquistada pelos brasileiros não para por aqui. Além de dar um show, nossos conterrâneos adquiriram grandes prêmios na categoria melhores atores. Leandra Leal conquistou o prêmio em sua atuação no filme "Bonitinha, mas ordinária", de Moacyr Góes, e Lázaro Ramos cravou a primeira colocação em sua atuação em uma coprodução entre Angola, Brasil e Portugal, no filme "O Grande Kilapy". E o ícone da televisão brasileira, Fernanda Montenegro recebeu uma menção por sua interpretação em "A Dama do Estácio", um curta metragem de Eduardo Ades.

Abaixo saiba mais sobre os filmes:

A Coleção Invisível

Sinopse: A família de Beto (Wladimir Britcha) é dona de uma tradicional loja de antiguidades em que está passando por uma crise financeira. Para tentar solucionar este problema ele se lança numa viagem até a cidade de Itajuípe, interior da Bahia, atrás de uma coleção raríssima de gravuras. Lá ele conhece o colecionador Samir e sua família, que passam por um momento difícil. Esse encontro fará com que ele mude sua maneira de enxergar o mundo.

A data prevista de estreia nas telas brasileiras é em setembro deste ano.

Colegas

Sinopse: Stallone (Ariel Goldenberg), Aninha (Rita Pook) e Márcio (Breno Viola) eram grandes amigos e viviam juntos em um instituto para portadores da síndrome de Down, ao lado de vários outros colegas. Um belo dia surge a ideia de sair dali para realizar o sonho individual de cada um e inspirados pelos inúmeros filmes que já tinham assistido na videoteca local, eles roubam um carro do jardineiro (Lima Duarte) e fogem de lá. A imprensa começa a cobrir o caso e a polícia não gostou nem um pouco dessa "brincadeira". Para resolver o problema, coloca dois policiais trapalhões no encalço dos jovens, que só querem realizar os seus sonhos e estão dispostos a viver essa grande aventura, que vai se revelar repleta de momentos inesquecíveis.

O filme foi lançado em março deste ano.

Cowboy

Sinopse: O curta se encaixa no gênero documentário. É uma produção de 10 minutos que aborda a vida de cowboy.

Cartas para Angola

Sinopse: Este documentário segue as trocas de cartas e mensagens entre os países de língua portuguesa: Brasil, Angola e Portugal. Em cada história, as pessoas revelam mais de suas culturas, falam dos amores, dos preconceitos, da arte, da poesia e tentam esboçar uma noção de identidades humana e nacional.

O filme lançado no ano passado já se encontra em DVD.

Bonitinha, mas ordinária

Sinopse: Edgard (João Miguel) trabalha como subalterno na empresa do milionário Werneck (Gracindo Junior) e é apaixonado por Ritinha (Leandra Leal), uma mulher simples que trabalha como professora para sustentar a mãe e suas três irmãs. Um dia Peixoto (Léo Góes), genro e funcionário de Werneck, lhe faz uma proposta para que se case com Maria Cecília (Letícia Colin), filha do patrão. O motivo é que Maria Cecília foi currada e agora precisa de um noivo, mesmo que seja comprado. Edgard hesita, mas aceita a proposta. A partir de então ele se depara com uma grande dúvida: deve depositar o cheque e se casar com Maria Cecília ou ficar com Ritinha, seu grande amor?

O filme ainda não foi lançado nos cinemas.

O Grande Kilapy

Sinopse: Joãozinho (Lázaro Ramos) é um jovem angolano, descendente de uma rica família do período colonial. Este rapaz mestiço quer apenas viver a vida, saindo com mulheres, se divertindo com os amigos e gastando o seu dinheiro. Embora seja alto executivo do Banco Nacional Angolano, ele desvia os fundos da própria instituição onde trabalha, distribuindo dinheiro aos colegas, militantes pela libertação de Angola. Joãozinho vai  preso, mas quando sai da prisão é acolhido pela sociedade como um herói local.

A estreia nas telinhas está prevista para esse ano.

A Dama do Estácio

Sinopse: O curta é do gênero ficção, em que uma prostituta acorda obcecada com a ideia que vai morrer e precisa de um caixão. Tem duração de 22 minutos.

As sinopses foram retiradas de sites de cinema.

Trailer de Faroeste Caboclo tem recorde de visualizações

Faroeste Caboclo

O filme Faroeste Caboclo, de René Sampaio, tinha data para estreia em 26 de outubro de 2012, mas teve que ser transferido para o dia 30 de maio desde ano por falta de verba para sua finalização. O que poderia se tornar um empecilho de divulgação, se tornou em grande espera.

Em menos de dois dias no ar, o trailer foi acessado por mais de um milhão de pessoas no Youtube. Todo essa espanto tem um motivo: apenas filmes hollywoodianos, como Os Vingadores, tem essa quantidade de acesso em tão pouco tempo. Para entendermos tamanha surpresa no sucesso do trailer, temos o exemplo do renomado Tropa de Elite 2, que mesmo sendo recorde em bilheteria do século XX no Brasil, teve "apenas" 930 mil visualizações.

Fabricio Boliveira, que interpreta o protagonista do filme, João de Santo Cristo, acredita que o sucesso da banda Legião Urbana e da musica de nove minutos de Renato Russo, são os responsáveis pela grande visualização. "As questões que Renato levantou ainda estão vivas, e ninguém mais toca nelas. É por isso que esse filme mobiliza as pessoas: ele é um grito contra a exclusão de classe e de cor" (declaração tirada do blog do Correio do Estado).

 Algumas curiosidades:
O filme que teve orçamento de 6 milhões de reais, contra com estreias, como a do diretor René Sampaio em longas-metragens, e da atriz Ísis Valverde em cinema.
Goíás foi a principal locação para as filmagens, lá foi construida uma cidade cenográfica que reproduzia a cidade de Ceilândia dos anos 1970, retratada na musica.

Maria Lucia e João de Santo Cristo

Sinopse: Faroeste Caboclo conta a história de João de Santo Cristo, desde sua infância no interior da Bahia, até quando vai tentar a sorte em Brasilia. Ajudado por Pablo, seu primo boliviano que trafica drogas, ele começa a trabalhar como carpinteiro e acaba se se envolvendo com o tráfico. Por ventura, ele conhece Maria Lucia, filha de um senador, por quem se apaixona. Com o passar dos dias, João se envolve completamente com o mundo das drogas e do crime, e é neste momento que ele encontra o playboy e também traficante Jeremias, eles se tornam rivais nos negócios e na disputa por Maria Lucia.




Você ainda não faz parte desse um milhão de pessoas que fez do trailer um dos mais assistidos dos últimos tempos? Então assista ao trailer agora mesmo:
https://www.youtube.com/watch?v=0_NS6UsUJSA

Construindo grandes histórias em uma profissão: 7 de abril, dia do jornalista

Como você enxerga um jornalista? Sabe reconhecer e dizer quais são os papéis desta importante profissão para a sociedade?

O que você, cidadão comum, pensaria a respeito de um indivíduo que presenciou a Segunda Guerra Mundial, que tem em mãos uma entrevista marcante com o então presidente Getúlio Vargas ou, ainda, aquele que retratou fatos sobre um menino morto durante um protesto de rua em Bogotá? Para nós, não falando apenas da equipe do Tropicália Filmes, mas sim de toda a classe dos jornalistas brasileiros, este indivíduo merece o título de Herói da profissão e tem que, por mérito, ser e estar presente em clássicos do jornalismo.

Hoje, em especial, para comemorar o dia do jornalista, nosso texto é em homenagem a Joel Silveira. Você sabe quem é?

Nascido no dia 23 de setembro de 1918 na cidade de Lagarto - Sergipe, o então militante de esquerda, Joel Silveira, ia se tornar um advogado, ou quem sabe um diplomata, mas a vida lhe traçou outros rumos, guardando algo inusitado e muito especial. Mesmo estando no segundo ano da faculdade de Direito, decidiu se mudar para o Rio de Janeiro, devido às divergências que tinha com o pai, o qual considerava um burguês.

Com o dom da escrita, Silveira consegue seu primeiro emprego como jornalista no periódico literário Dom Casmurro. O período do Estado Novo proporcionava o que foi notabilizado como "grandes reportagens", fazendo assim, com que dia-a-dia, o jornalista firmasse seu nome na profissão.

Devido à acidez jornalística, Joel Silveira foi presenciando fatos que nenhum outro jornalista da época conseguia, como os descritos no início deste post. E é por todos estes feitos e marcos que anos mais tarde, sua vida profissional é contata em um documentário intitulado "Garrafas ao mar: a víbora manda lembranças", de Geneton Moraes Neto, exibido pela Globo News, que tem o objetivo de mostrar como se deu a carreira de Joel Silveira, considerado o maior repórter brasileiro. Para ele, "o repórter tem que ser humilde e isento e deve olhar a notícia como um cristão, um homem de fé, olha Deus".

Com o recorte de entrevistas realizadas com Nelson Rodrigues, Darcy Ribeiro, Carlos Drummond de Andrade, Ernesto Geisel, Fernando Sabino e Paulo Francis, o jornalista vai sendo inserido com leituras de textos dele, feitas pelos atores Carlos Vereza, Othon Bastos e pelo jornalista Geneton Moraes Neto que conviveu com Silveira por mais de 20 anos, e é o diretor do documentário.

Como podemos notar, este homem é um marco na história do país. Infelizmente, o documentário ainda não pode ser encontrado no canal Youtube, mas por enquanto, podemos ir degustando e suprindo a ansiedade com uma entrevista do diretor.

Segue o link:

http://globotv.globo.com/globo-news/estudio-i/v/geneton-moraes-neto-fala-do-documentario-sobre-joel-silveira/2381077/

Mais uma sugestão é outro documentário em que o ícone Joel Silveira faz parte. Segue:

Brasil: um país de lutas e marcantes personagens

Mais uma produção brasileira valoriza 
o movimento que marcou o País

Uma pergunta utópica, mas que se passa em nossas cabeças por diversas vezes: se tivesse nascido na época da ditadura, da repressão, das lutas embasadas em movimentos sociais, teria feito parte dos manifestantes gravando seu nome na historia do país? O músico Jorge Mautner é um exemplo de quem conseguiu fazer história, e ganhou um documentário que retrata a vida do tropicalista.

Você sabe quem é Jorge Mautner?

Baseado em um dos personagens do movimento tropicalista, o documentário Jorge Mautner - O filho do Holocausto conta a história desse poeta, escritor, músico e compositor. O filme, que estreou no dia 1º de fevereiro nos cinemas brasileiros, é dirigido por Pedro Bial e Heitor D'Alincourt.

Com uma história marcante, não foi preciso de muitos recursos para transformar a vida de Mautner em algo interessante a ponto de se concretizar a produção de um documentário. Filho de pai judeu e mãe iugoslava católica, fugitivos do nazismo, Jorge Mautner nasceu no Rio de Janeiro em 1941. Consagrado como poeta aos 21 anos e membro do Partido Comunista Brasileiro, foi um refugiado político nos EUA e depois na Inglaterra, onde se tornou amigo dos tropicalistas Caetano Veloso e Gilberto Gil. 

Sem utilizar o recurso de dublê, o próprio 
Jorge Mautner toca nas cenas do documentário

Jorge Mautner é prova de que talentos são descobertos e lapidados, pois a música, que hoje tem grante importância na biografia do carioca, se fez presente somente quando sua mãe se separou do pai e casou novamente, com o violinista Henri Muller, o qual ensinou Mautner a tocar violino.

Com histórias divertidas e improváveis, o filme apresenta Mautner como um personagem leve, otimista e acima de tudo bem humorado, que merece ser lembrado como um dos "gurus undergroud do movimento tropicalista.

Outros documentários retratam o movimento

O movimento que tanto falamos aqui, tem importância geral para o país, sendo então retratado em diversos vieses mostrando aos mais novos as lutas envolvidas no movimento e fazendo com que os mais velhos revivam esse período tão importante para o desenvolvimento do Brasil.

Para isso, o tropicalismo vem sendo retratado em uma série de documentários, que incluem "Fabricando Tom Zé", "Uma Noite em 67", "Tropicália", "Futuro do Pretérito: Tropicalismo Now".

Você não acha que vale a pena prestigiar quem ajudou a construir sua história?
Veja o trailer do filme Jorge Mautner - O filho do Holocausto: 

Até a próxima semana!