quarta-feira, 20 de março de 2013

Comédia Brasileira

Podemos dizer que março é o mês da Mulher e são elas que envolvem o tema que a Tropicália filmes vai abordar essa semana.

Vamos por partes, tudo começou com a Chanchada...

Movimento dos anos 40 e 50 que importa do teatro a questão do rebolado, das saias curtas e da sensualidade das vedetes, que utilizavam linguagem coloquial para conseguir atingir as camadas populares, com números de piadas e canções de duplo sentido. Essa época foi marcada pela precariedade técnica e de representação. É a partir deste período que o cinema passa a ver o Brasil como Hollywood via o Brasil, com suas baianas e malandros estilizados, o que faz o movimento ficar ainda mais popular, mas ao mesmo tempo mais criticado pelos contrários a este estilo.

Pornochanchada
Já na década de 60, os filmes começaram a insinuar o sexo nas telonas. A figura feminina é explorada de maneira mais forte. A mulher é colocada como objeto do olhar; o homem, como dono do olhar e condutor do olhar do espectador. Além disso, o próprio enquadramento e os movimentos de câmera conduziam o espectador pelo corpo feminino, mostrando a peculiaridade da beleza de cada uma das atrizes já conhecidas, porém nunca antes “mostradas”. 

A mulher era vista como objeto de desejo e os homens sob dois outros aspectos: o malandro, visto como aquele que driblava o poder da repressão e sempre se dava bem e o conquistador, que conseguia as melhores mulheres. 


Chegamos ao século XXI e com ele, uma nova terminologia, a Comédia Contemporânea.
Há aqui, uma mudança importante no cinema nacional, o qual começa a se preocupar com a formação intelectual do público. As produções passam a ser mais elaboradas. Afinal, o público mudou, os cinemas estão agora nos grandes shoppings centers. O mercado também mudou, os filmes passam a ser exibidos na TV aberta e disponibilizados para locação. Surge então o cinema multifacetado, diferente do cinema novo, que tinha caráter unificado, agora são várias as identidades apresentadas em uma produção, até parece uma novela de uma hora, na qual cada personagem tem sua importância, a trama já não gira mais só em torno do protagonista. Além disso, os personagens são, na maioria, pessoas de boa renda, de boa casa, boa família. Porem a questão afetiva quebra essa lista de coisas boas e faz parte dos conflitos e dramas do filme. Esses filmes têm sido sucesso de bilheteria.
Vamos a um exemplo:
No filme  De pernas pro ar 1 a personagem principal é uma mistura da mocinha da chanchada (recatada e conservadora) e da mulher objeto da pornochanchada (se torna empresária - dona de sexshop, fazendo uso dos objetos - mostrando  independência sexual da mulher), além de apresentar aspectos da “nova mulher” resolvida e decidida. A crise neste filme é o relacionamento, que “esfriou” não só no sentido erótico, mas também no sentido afetivo, de importância à família X trabalho; e a situação “constrangedora” da mulher em contar ao marido que ela gerencia uma loja de produtos eróticos.  

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