Podemos
dizer que março é o mês da Mulher e
são elas que envolvem o tema que a Tropicália filmes vai abordar essa semana.
Vamos
por partes, tudo começou com a Chanchada...
Movimento
dos anos 40 e 50 que importa do teatro a questão do rebolado,
das saias curtas e da sensualidade das vedetes, que utilizavam linguagem
coloquial para conseguir atingir as camadas populares, com números de piadas e
canções de duplo sentido. Essa época foi marcada pela precariedade técnica e de
representação. É a partir deste período que o cinema passa a ver o Brasil como
Hollywood via o Brasil, com suas baianas e malandros estilizados, o que faz o
movimento ficar ainda mais popular, mas ao mesmo tempo mais criticado pelos
contrários a este estilo.
Pornochanchada
Já
na década de 60, os filmes começaram a insinuar o sexo nas telonas. A figura
feminina é explorada de maneira mais forte. A mulher é colocada como objeto do
olhar; o homem, como dono do olhar e condutor do olhar do espectador. Além
disso, o próprio enquadramento e os movimentos de câmera conduziam o espectador
pelo corpo feminino, mostrando a peculiaridade da beleza de cada uma das
atrizes já conhecidas, porém nunca antes “mostradas”.
A
mulher era vista como objeto de desejo e os homens sob dois outros aspectos: o
malandro, visto como aquele que driblava o poder da repressão e sempre se dava
bem e o conquistador, que conseguia as melhores mulheres.
Chegamos
ao século XXI e com ele, uma nova terminologia, a Comédia Contemporânea.
Há
aqui, uma mudança importante no cinema nacional, o qual começa a se preocupar
com a formação intelectual do público. As produções passam a ser mais
elaboradas. Afinal, o público mudou, os cinemas estão agora nos grandes
shoppings centers. O mercado também mudou, os filmes passam a ser exibidos na
TV aberta e disponibilizados para locação. Surge então o cinema multifacetado,
diferente do cinema novo, que tinha caráter unificado, agora são várias as
identidades apresentadas em uma produção, até parece uma novela de uma hora, na
qual cada personagem tem sua importância, a trama já não gira mais só em torno
do protagonista. Além disso, os personagens são, na maioria, pessoas de boa
renda, de boa casa, boa família. Porem a questão afetiva quebra essa lista de
coisas boas e faz parte dos conflitos e dramas do filme. Esses filmes têm sido
sucesso de bilheteria.
Vamos
a um exemplo:
No
filme De pernas pro ar 1 a
personagem principal é uma mistura da mocinha da chanchada (recatada e
conservadora) e da mulher objeto da pornochanchada (se torna empresária - dona
de sexshop, fazendo uso dos objetos -
mostrando independência sexual da mulher),
além de apresentar aspectos da “nova mulher” resolvida e decidida. A crise
neste filme é o relacionamento, que “esfriou” não só no sentido erótico, mas
também no sentido afetivo, de importância à família X trabalho; e a situação
“constrangedora” da mulher em contar ao marido que ela gerencia uma loja de
produtos eróticos.
ok, boa conexão com o observatório.
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